Ônibus superlotados, redução de frota e greves ocasionais afetam a zona leste

O atendimento das linhas da Cooperativa Pêssego Transportes foi prejudicado após uma manifestação de operadores que atrasaram a saída dos coletivos.

Os bairros afetados pela paralisação foram Itaquera, Guaianases, Arthur Alvim e Cidade Tiradentes, com protestos frequentes nos últimos anos, a última em 2 de março.

Segundo o diário de transporte, o protesto é uma reclamação antiga de ex-cooperados e agora sócios sobre o percentual de repasses da SPTrans e da TIR (Taxa Interna de Retorno) de 9,01% prevista no contrato assinado com a prefeitura em setembro de 2019.

A Prefeitura de SP tem sido cobrada sobre a redução da frota, da paralisação dos ônibus e sobre a verba para colocar em circulação mais 220 ônibus, enquanto a população da periferia é a mais prejudicada.

Durante a pandemia a cidade diminuiu 1.129 veículos da frota operacional, segundo dados da Junta Orçamentária da Prefeitura que afirmou que aumento da oferta de carros no sistema resultaria em alta dos subsídios.

O corte coincide com a queda da demanda, que teve redução de cerca de 26% entre fevereiro de 2020, antes durante a pandemia, e janeiro de 2022.

A redução da frota tem gerado demora e superlotação de ônibus na cidade especialmente na periferia desde o ano de 2021, que recebeu na central 156 da prefeitura reclamações referentes aos serviços da SPTrans.

De acordo com o Idec ( Instituto Brasileiro do Direito do Consumidor), se a SPTrans e a Secretaria de Transportes pediram recursos, é porque foi avaliado que a cidade está precisando realmente de mais ônibus.

O pedido dos recursos justifica o não aumento da tarifa, com a frota reduzida e ônibus com falhas mecânicas constantes, ainda superlotados, o que coloca a população em risco de contaminação com a pandemia e os novos casos da circulação Ômicron.

Segundo a SPTrans, o aumento da oferta de ônibus resultaria em aumento dos subsídios aplicados no sistema municipal pela Prefeitura de SP em 2022.

Em anos anteriores a redução da frota ocorreu em virtude da adequação das linhas após a inauguração de novos trechos e estações dos sistemas sobre trilhos.

O fluxo de passageiros sobre trilhos com a expansão das linhas 4-Amarela, 5-Lilás e 15-Prata, foi uma opção de escolha para atender uma demanda com grande capacidade e mais ágil.

A Prefeitura de São Paulo, segundo o consultor técnico de mobilidade, não pode permitir a degradação do sistema de transportes, para evitar prejuízos aos usuários.

Os técnicos analisam também a queda da demanda de passageiros na cidade no pico da pandemia do coronavírus na cidade, em 2020, com o aumento do fluxo de passageiros em 2022.

Passageiros que não puderam parar de trabalhar na pandemia acreditam que não houve alteração do número de ônibus. Reclamam dos atrasos, ônibus superlotados e da greve constante.

A Sueli que sai às 5h30 da manhã do terminal de ônibus de Guaianases disse que não sentiu mudança de 2020 para 2022. Ela usa a linha da empresa Pêssego e sofre o prejuízo.

“Nenhuma diferença, os ônibus sempre lotados, a movimentação intensa, nenhuma mudança” afirmou Sueli.

A Sptrans diz que a demanda vem se recuperando lentamente desde o ano passado, após a reabertura econômica. Para especialistas, ainda está longe de atingir os números de antes das medidas restritivas.

Em compensação, os subsídios aplicados pela Prefeitura de São Paulo para manter o sistema funcionando aumentou no período.

Segundo publicação em janeiro no Diário Oficial, em 2022, a secretaria já reservou R $3,5 bilhões para o programa de compensações tarifárias. Assim, a prefeitura não repassaria a tarifa que estava prevista para R$5,10 para o usuário, mantendo os R$4,40.

Vale ressaltar que em 16 de fevereiro, projeto com aval de senadores estava previsto a destinação R $300 milhões para São Paulo, que poderia resolver vários problemas.

O problema se deve, conforme avalia o Idec, à forma de remuneração dos contratos firmados em 2019 pela Prefeitura de SP com as empresas de ônibus. Nos contratos, realizam o pagamento por passageiro transportado e não por viagem ou ônibus rodando na cidade.

Sobre a paralisação do dia 02.03, a SPTrans informou que devido à manifestação de operadores, afetou 18 linhas da garagem da Pêssego Transportes, localizada na Av. Jacú-Pêssego, 541, Itaquera (ZL), ocasionou atraso na saída da frota desde às 5h45 da quarta-feira no dia 2.

Já o Diário de Transporte diz que as paralisações têm sido constantes na empresa Pêssego Transportes. Em 13 de dezembro de 2021, os operadores da empresa chegaram a fazer uma “carreata”.

Fonte: Idec /SPTrans/ Diário do Transportes/ Via Trolebus/ G1 Fotos: Diario do Transporte/ Via Trolebus

A Central de Notícias da Rádio PRINCESA ISABEL é uma iniciativa do Projeto Audiodrama: a radionovela na era da nuvem. Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

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