Casos de pólio pelo mundo alertam sobre baixas coberturas vacinais

Mesmo com a vacina disponível na rede pública brasileira de saúde, o número de crianças imunizadas contra a poliomielite não chegou a 60% em 2021.

Ao mesmo tempo em que é preciso estar atento ao coronavírus, ainda presente ao redor do mundo, também é necessário não perder de vista outras doenças prejudiciais especialmente ao público infantil e que possuem vacinas para serem combatidas. É o que alerta os dois casos de poliomielite diagnosticados em Israel e Malawi.

Depois de cinco anos sem relatos da poliomielite na África, o caso foi registrado no Malawi em fevereiro deste ano. As autoridades de saúde do país chegaram à conclusão que está relacionado ao vírus presente na província Sindh, no Paquistão – o qual, junto com o Afeganistão, são os dois principais países afetados pela doença.

Já de acordo com o Ministério da Saúde de Israel, o caso foi de um garotinho de quatro anos em Jerusalém.

Os dois quadros, ainda que a quilômetros de distância do Brasil, lembram o que já vem sendo discutido desde 2019: é preciso que as taxas vacinais voltem a crescer no país, inclusive contra a poliomielite. Caso contrário, a população pode presenciar o retorno do vírus, especialmente entre crianças abaixo de cinco anos, faixa etária comumente mais afetada pela doença.

Em 2015, 98,3% da população infantil estava protegida da poliomielite com a carteirinha em dia, mas o cenário mudou em 2019 e ficou ainda pior com a pandemia causada Covid-19. Inclusive, o Brasil, junto com Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti, Paraguai, Suriname e Venezuela, tornaram-se os seis países das Américas com maior risco de retorno da doença, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal para a pólio estava em 84%, em 2019. Já em 2020, este número caiu para 76% e, até o balanço feito em outubro de 2021, o índice do público infantil protegido contra a doença era de 59,82%.

Nos períodos mais críticos da pandemia, o medo de ser contaminado pelo coronavírus ao ir em postos de vacinação e clínicas particulares reduziu a busca pelas picadinhas.

A possibilidade de vacinar o público infantil contra o coronavírus e ver o cenário brasileiro sendo revertido, famílias não se mostraram adeptas à imunização, de acordo com a nota técnica “Diferenciais de cobertura vacinal segundo grupos etários no Brasil”, realizada pelo Observatório da Covid-19, da Fiocruz.

Fonte: Fiocruz / SEcretaria Municipal da Saúde (SMS)

REPORTAGEM POR MÁRCIA BRASIL

A Central de Notícias da Rádio PRINCESA ISABEL é uma iniciativa do Projeto Audiodrama: a radionovela na era da nuvem. Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

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