No dia mundial da água, dados positivos sobre a rede sanitária paulista apresentam avanços na despoluição dos rios e algumas projeções econômicas de crescimento para o estado de São Paulo.

O dia mundial da água, criado em 22 de março de 1992 pelas Nações Unidas, tem como principal objetivo desenvolver a reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver os problemas de poluição das águas.

Um dos rios mais importantes, condenado por especialistas por quase 1 século, passa pela zona leste, na barragem da Penha. O rio Tietê que fez história e marca o símbolo de resistência com a industrialização e má administração por tantos governos está em processo de despoluição há mais de 30 anos, porém invisível para moradores.

O ciclista Mário, que circula semanalmente com amigos e família no Parque Ecológico do Tietê, próximo à barragem, diz que o rio tem mau cheiro, garrafas pets, espuma provocada pela poluição: “É triste você ver, foi influência da ação humana que ele se tornou desse jeito.”

Apesar da visão negativa dos moradores, o estado de São Paulo tem 6 entre as 10 cidades com os melhores indicadores de saneamento do país. A capital paulista subiu 4 posições no ranking ao melhorar o volume de esgoto tratado.

O Instituto Trata Brasil, que realiza estudos sobre a água no país, trouxe esse resultado sobre São Paulo e diz que é por conta do investimento médio em saneamento de R$135 por habitante ao ano. Nas outras cidades com os piores indicadores, o recurso aplicado é de apenas R$ 48 por habitante.

O Marco Legal do Saneamento estabelece que gestores apresentem metas para o setor. Por exemplo: o estado de São Paulo tem oito das 20 cidades do país com os melhores indicadores de saneamento, de acordo com o ranking do instituto.

O levantamento nacional, pelo segundo ano, aponta que os municípios paulistas mais bem colocados: Santos, São Paulo, Franca, Limeira, Piracicaba, São José do Rio Preto, Suzano e Taubaté. Isso demonstra por que algumas cidades continuam no topo: alta cobertura de esgoto tratado, redução de perdas de água potável, obras e ampliação dos serviços. Saneamento básico demanda investimento.

Alguns exemplos de países da América do Norte, Europa e da Ásia já são uma realidade. Vários rios estavam altamente poluídos, como em cidades da Holanda, Coreia do Sul, Portugal, Dinamarca e Estados Unidos. Hoje, os golfinhos voltaram, as pessoas nadam e remam.

No ranking das 20 piores cidades, não aparece nenhuma de São Paulo desta vez. Mas há outras cidades no país que também não evoluíram, por isso ela não está agora entre as 20 piores, destacou o Trata Brasil.

O que é levado em conta no levantamento são os indicadores como investimentos, população, coleta de esgoto, tratamento do esgoto e índices de perda de água na distribuição.

Foi constatado que apenas 7% dos rios da mata Atlântica têm água de boa qualidade Biotecnologia é aposta para fazer água de esgoto retorna limpa aos rios frutas, legumes e verduras assumem como vilões da inflação de 2022

Enquanto 99% da população das 20 melhores cidades do país conta com rede de água potável, 82,52% dos moradores dos 20 piores municípios não têm acesso ao serviço.

Com relação à coleta de esgoto, a situação é ainda pior no comparativo: 95,52% da população dos 20 melhores municípios conta com o serviço, mas apenas 31,78% dos moradores nos 20 piores municípios têm o esgoto coletado.

Segundo a Trata Brasil, a cidade de São Paulo estava em oitavo lugar e agora está em quarto no ranking. Isso por causa da alta no volume de esgoto tratado, que passou de 64% em 2018 para 74% hoje. Um aumento de 10 pontos percentuais, com impacto positivo no meio ambiente e nos rios.

Para alguns especialistas é possível tomar banho e nadar em qualquer trecho do rio Tietê, em São Paulo. Parece uma realidade distante, mas eles afirmam que até mesmo cursos de água extremamente poluídos ao ponto de não terem vida —como aqueles localizados em grandes centros urbanos— são passíveis de ser recuperados.

A entidade aponta alguns quesitos principais como o uso de tecnologia, vontade política e educação ambiental, que resultam em uma ou duas décadas a possibilidade da população mergulhar, com segurança, no rio Tietê.

O ranking do saneamento, feito em parceria com a GO Associados, fez uma análise dos indicadores do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) de 2020, publicados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.

De acordo com o Governo de São Paulo, na Região Metropolitana de SP, as obras do Projeto Tietê para ampliação do saneamento iniciaram em 1992 e já beneficiaram 12,4 milhões de pessoas. Como no Rio Pinheiros, que faz parte do programa de despoluição dos rios da capital, tem a participação de Cetesb, EMAE, DAEE e da Prefeitura de São Paulo.

A Sabesp é responsável pelo eixo de saneamento e investe ao todo R$ 1,7 bilhão no programa, beneficiando com mais saúde e qualidade de vida uma população de 3,3 milhões de pessoas na região da bacia do Rio Pinheiros em São Paulo, em Embu das Artes e em Taboão da Serra. As obras da Sabesp no programa devem gerar 4,1 mil empregos.

REPORTAGEM POR MÁRCIA BRASIL

Fonte: Trata Brasil / Sabesp/ Governo de São Paulo

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