Time de várzea mostra ação em campo e na sociedade

Exposição de camiseta revela times de várzea da grande São Paulo

Em Guaianases, jovens e adultos têm bola no campo, torcida, união e apoio social. Algumas das características que levaram os times de várzea a desempenhar um  papel fundamental não apenas pelo reconhecimento do futebol, mas   principalmente pelas ações de responsabilidade social para a maioria dos  moradores que vivem no entorno desses clubes.
Um exemplo é o Cambalhota do Bem (Camba), time de várzea que faz a diferença para a população do bairro, leva projeto social aos bairros e tem reconhecimento filantrópico. O Camba ficou conhecido por sua atuação com os moradores do Jardim Guaianazes, por várias ações com as crianças, mulheres, idosos e famílias carentes.
As atividades preenchem o calendário do Camba em festas e ações coletivas.
Alguns destaques como arrecadação e distribuição de cestas básicas, dia da beleza e apoio a pessoas com deficiência, através do trabalho efetivo de apoio de empresas que doam até cadeira de rodas.
Em um episódio, o Camba ficou conhecido, quando um dos apoiadores sofreu agressão em uma competição dos grandes clubes entre o Palmeiras e Flamengo, no Allianz Parque, em 2019. Um vídeo que circulou na época, mostrou torcedores do Palmeiras constrangendo e ameaçando dois homens na arena por não estarem com camisas do clube.
O episódio aconteceu no jogo contra o Flamengo, que teve torcida única. A dupla, cercada, acaba saindo do estádio. Um dos ameaçados era o ex-jogador Lima (Diego de Jesus Lima), que jogou por vários clubes do Nordeste e também passou pelo Belenenses, de Portugal, e estava na arena acompanhado de um amigo.
Na época, O Palmeiras divulgou nota oficial informando que abriu investigação  para identificar os autores dos casos de discriminação ocorridos no Allianz  Parque, domingo, na derrota para o Flamengo por 3 a 1.
De acordo com o clube, “estádio de futebol é, essencialmente, um espaço democrático, um lugar onde todos deveriam ser bem-vindos independentemente  da camisa que vestem ou da forma como torcem e se expressam”, diz trecho do documento.
Em outro episódio, alguns torcedores alviverdes retiraram do estádio o  palmeirense Edílson que, insatisfeito com o time, passou o primeiro tempo em  silêncio lendo um livro na arquibancada. Os agressores suspeitavam que eles  fossem flamenguistas.
“Esses caras que fizeram isso com a gente são covardes. Não representam o Palmeiras de verdade”, escreveu Lima nas redes sociais.
Lima hoje atua na várzea e faz parte do projeto social Cambalhota de Guaianases, que usa o futebol para ajudar pessoas necessitadas.
Os times de várzea ganham respeito por suas ações sociais e de onde já sairam muitos craques. E para celebrar esses times, bem ao lado do estádio do Arena, em Itaquera, foi montada uma exposição, com o apoio da equipe de esporte da Globo, que recebeu durante um ano camisetas dos times de todas as regiões, totalizando 100 camisetas.
Para quem quer conhecer algumas camisetas, de várias regiões da grande São Paulo, a exposição de 19 camisas de times de várzea fazem parte desta mostra.
Felipe, morador da zona oeste, que mudou do Rio Grande do Sul para São Paulo, joga futebol de várzea em Itaquera e veio na exposição para conhecer os outros times da grande São Paulo.
“Ah, eu estou vendo um pouco da história do futebol de São Paulo, dos clubes de várzea, né?”
Usuários do metrô ao lado da linha-11 Coral da CPTM são levados pela  curiosidade quando vêem visitantes parados conversando em grupos outros com máquina registrando as camisetas do time do seu bairro.
Serviço:
Mostra Espaço Cultural da estação Corinthians-Itaquera, na Linha 3-Vermelha, próximo à catraca de e passagem livre da CPTM linha-15 coral. A exposição das 19 Camisetas dos times de Várzea, da região metropolitana de São Paulo, ficará em  cartaz em Itaquera, no Museu do Futebol até o dia 14 de janeiro, durante o  horário de funcionamento do Metrô, das 4h40 à meia-noite
Cambalhota do Bem
O Cambalhota do Bem, “o jogo da vida, sonhos e solidariedade”, se localiza na rua Benjamim de Barros número 4 – Jardim Guaianases.

Reportagem Márcia Brasil
Fonte Cambalhota do Bem / Palmeiras / Lance
Imagens: Márcia Brasil e redes sociais

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