Passageiros do terminal de Guaianases não aguentam mais o calor dos ônibus
A reclamação é unânime para quem utiliza ônibus com ou sem ar condicionado.
A cidade de São Paulo enfrenta dias sufocantes. As reclamações são maiores para quem utiliza o transporte público sem ar condicional, ou mesmo com ar condicionado que não refresca a temperatura que causam transtornos aos passageiros e continua mantendo a mesma temperatura, interna ou externa.
A temperatura interna nos ônibus muitas vezes é a mesma que das ruas e avenidas, os ônibus chegam a marcar nos dias de calor de 29 graus quando estão no terminal a 32 graus quando circulam com os passageiros.
A maioria reclama da temperatura que passa dos 30°C à sombra e deseja uma viagem confortável. Dentro do ônibus de 10 a 30 minutos de viagem, ao chegar ao ponto final, a temperatura interna marca 32°C, temperatura regulada nas garagens, sem interferência do condutor.
Essa é a reclamação da Vera que usa os ônibus no terminal Guaianases diariamente, ela acha que os ônibus com janelas, às vezes, são melhores do que com ar condicionado.
“E que poderia ter janela, normalmente não tem mais. Alguns não tem, os que tem, abre a acaba ficando mais quente, não sei o que é pior: o ar ou a janela aberta. Então fica uma situação bem complicada. Aquele ali, por exemplo, tem janela e não tem ar, então não entra vento, e só fica lá quente lá dentro, tem hora que não circula mais, fica aquele mormaço então, realmente eu não sei o que fazer”.
A promessa da prefeitura à cidade de São Paulo de entregar mais de 1100 unidades de ônibus elétricos ficou para trás, agora a SPTrans recebeu 1146 a diesel mesmo proibido desde outubro de 2022.
Em 2023, a frota de ônibus elétricos na capital paulista foi ampliada com mais 15 ônibus da nova geração. Os ônibus movidos por baterias, na cidade de São Paulo, passaram de 69 para 84, sendo que 75 são da nova geração e outros 19 operam desde 2019, sendo cada veículo com 15 metros de comprimento e capacidade para 94 passageiros com mais uma cadeira de rodas.
Os novos coletivos possuem tecnologia Eletra, carroceria Caio e chassis Scania. Os motores e baterias são da WEG, todas indústrias instaladas no Brasil, sete unidades vão para a empresa Ambiental
Transportes, com base na zona Leste, e oito para a Viação Campo Belo, que atua na zona Sul. A autonomia das baterias é entre 200 km e 250 km. As unidades possuem ar-condicionado, wi-fi e USB para carregar celulares.
A entrega da frota total de ônibus de mais de 1100 veículos ainda está bem longe da meta anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes, que segundo ele prometeu 600 ônibus movidos a bateria circulando até o fim de 2023, durante a entrega das únicas 50 unidades da nova geração. Em operação na cidade até agora, tem apenas o total de 84 coletivos: 19 já estavam em circulação desde 2019.
A própria SPTrans (São Paulo Transporte) e a ENEL (distribuidora de energia elétrica) admitiram: nenhuma obra foi feita até o momento nas garagens e imediações para comportar a necessidade de carregamento das baterias desses veículos.
A situação é tão grave que um estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) mostra que com o atual padrão da rede de distribuição na cidade de São Paulo, que é de baixa tensão, se 50 ônibus elétricos carregarem as baterias ao mesmo tempo, inclusive na madrugada, pode faltar eletricidade na casa das pessoas, comércios e hospitais. Isso porque, energia tem, mas a rede não dá conta.
Toda a Linha Eletra é produzida numa área industrial de 27 mil m² na Via Anchieta, São Bernardo do Campo, coração industrial da Grande São Paulo.
A nova fábrica entrou em operação em maio de 2022 e tem capacidade de produzir 150 ônibus elétricos/mês, ou até 1.800/ano, podendo aumentar essa produção em 50%, dependendo da demanda.
A ampliação das instalações faz parte de um plano de investimentos cujo objetivo é posicionar a empresa como a principal indústria nacional de veículos elétricos pesados, diz a companhia.
A Prefeitura de São Paulo disse que o fim dos trólebus seria gradativo e que o fim é uma questão prática e objetiva, se fossem reguladas as garagens com adaptação elétrica para recarregar a bateria dos veículos, e as empresas de ônibus que vão pagar diretamente a Enel
A intenção da prefeitura era aposentar esses veículos antigos em troca dos elétricos, mas não é bem o que vamos ver nos próximos meses, já que a frota de 1146 ônibus a diesel foram adquiridos para a cidade de São Paulo.
A SPTrans diz que vai entregar toda a Frota com ar condicionado até 2025. De acordo com a empresa, a cidade de São Paulo conta com uma frota de 90% de ônibus com ar-condicionado.
Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: SPTrans / Diário do Transporte
Imagens: Márcia Brasil
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