Passageiros de transporte público apontam falta de acessibilidade em estações de trens

A reclamação é geral para quem tem mobilidade reduzida e PCDS

Passageiros que utilizam a estação da CPTM de Guaianazes precisam percorrer longas rampas para acesso às plataformas no embarque, desembarque ou sair pelos túneis em direção às ruas, ao terminal de ônibus ou à passarela. Para melhorar a acessibilidade, a estação precisa de elevadores e escadas rolantes, queixa antiga da maioria.
As pessoas com mobilidade reduzida têm mais dificuldade para se locomover e o percurso se torna exaustivo pela distância do ponto de partida e chegada, são passos sem fim para a maioria chegar às plataformas, se deslocar da estação de trem até o terminal de ônibus, o percurso a pé é um trajeto exaustivo, afirmam passageiros
As reclamações são maiores para PCDs (pessoas com deficiência), quem usa muleta ou cadeira de rodas, na estação de Guaianases, todos apontam a falta de acessibilidade. Na reportagem, Giovana que leva seu filho cadeirante para outros bairros conta os trajetos que sofrem nas estações da cidade. Ela diz que muitas estações de trem só têm escadas, onde as pessoas com deficiência são carregadas.
“Na verdade ele é cadeirante, né? Que eu venho de carrinho, por isso! Os lugares onde eu tive mais dificuldade, se eu não me engano foi na Lapa, não tem mesmo,  é só escada. Aí o pessoal tem que pegar a cadeira de rodas. Os funcionários, cada um pega de lado e leva. Aqui em Guaianazes, ainda a questão como tem a rampa facilita um pouco. Ruim, o trajeto é muito comprido, muito extenso, muito mais cansativo, acaba não sendo adequado, né? acaba que não é uma inclusão para falar a verdade. Porque a pessoa precisa pensar muito antes de sair de casa pegar um trajeto tão …”
Para utilizar as plataformas e percorrer esse trajeto utilizando escadas e rampas longas, segundo a mãe do cadeirante, é exaustivo levar a cadeira de rodas de seu filho com paralisia cerebral, tanto para utilizar ônibus quanto para o trem em  vários terminais e estações de ônibus ou trens.
As indignações se estendem para a passarela. Alguns usuários disseram que se deslocam do terminal de ônibus para o outro lado do bairro sentido Radial Leste, onde as pessoas enfrentam longas escadas para a passarela. Além dos degraus, a passarela é um local inseguro por conta dos assaltos frequentes na região, principalmente quando alguém a utiliza à noite.
Os passageiros ao evitarem a passarela, por conta da violência, preferem pegar o ônibus para atravessar de um lado a outro para não correr risco.
Esse é o caso de muitas pessoas que para sair do terminal de ônibus para a UBS, o CEU Jambeiro recorre a um ônibus que precisa fazer uma longa volta para chegar do outro lado da estação. O percurso poderia ser feito em 5 minutos, se tivesse rampa e fosse livre de assaltos, o trajeto a pé poderia ser feito em menos de 200 metros, enfatizam moradores da região.
Entre a rua e as plataformas da CPTM, na maioria das estações da grande São Paulo, é comum encontrar degraus, muitos degraus. As queixas podem levar as demais pessoas a entender como os PCDs e usuários com mobilidade reduzida enfrentam dezenas de degraus para embarcar no trem, somando as escadas, longas rampas e as plataformas.
Segundo a CPTM, 69 das 94 estações já estão adaptadas, e continua empenhada para concluir a modernização de toda a infraestrutura, assim como já fez com a  frota de trens.
A CPTM lembrou que, quando necessário ou requisitado, os funcionários estão habilitados e orientados a auxiliar as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida durante o deslocamento nas estações.
A Secretaria de Transporte Metropolitano do Estado informou que várias estações recebem obras de acessibilidade, ainda a estatal ressaltou que oferece deslocamento por meio de táxi acessível para cadeirantes ou portadores de necessidades especiais e eventuais acompanhantes até a próxima estação com acessibilidade.
A companhia disse que pretende contar com a participação da iniciativa privada para acelerar a adaptação das estações. A concessão de linhas de trem está em estudo pelo governo estadual, que administra o sistema.

Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: Secretaria de Transportes Metropolitanos / CPTM
Imagens: Márcia Brasil e google

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